O Brasil tem estabelecido por lei
os conhecimentos e habilidades que deverão integrar o currículo de todas as
escolas do país, do ensino fundamental ao ensino médio.
Fazem parte dessas ferramentas
documentos que garantem sua autenticidade, os Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que serão os abordados neste
artigo.
PCN
O PCN surgiu em 1997, oriundo da
necessidade de ofertar educação de qualidade a população, devido as altas taxas
de repetência e evasão escolar.
Eles são um documento que traz a
interação como a grande concepção de aprendizagem, conta com diretrizes
elaboradas pelo Governo Federal que orientam educadores na prática docente,
garantem a coerência dos investimentos na educação, socializa discussões,
pesquisas e recomendações tanto nas escolas públicas e privadas.
Os PCNs formam o primeiro nível
de concretização curricular, estabelecem metas para as quais devem convergir as
ações politicas do MEC, subsidia a elaboração ou revisão curricular dos estados
e municípios.
Existem parâmetros curriculares
para todos os níveis da educação básica, e todos seguem a seguinte divisão:
- Caracterização da área: como é ensinada a disciplina.
- Objetivos: visam a formação integral do aluno.
- Conteúdos: sugestões de conteúdos e formas de como repassar o conhecimento para o aluno.
- Critérios de Avaliação: orientação da Prática Pedagógica, exemplo: dependendo do resultado da avaliação do aluno, o professor pode ou não repensar a metodologia de ensino.
BNCC
A Base Nacional Comum Curricular
é um documento semelhante ao PCN, nele é garantido aos alunos de todas as
escolas do país, sejam elas públicas ou privadas, o direito a aprendizagem de
qualidade desde a educação infantil até o ensino médio.
A BNCC está vinculada ao Plano
Nacional da Educação (PNE), e está dividida em etapas, a primeira elaborou
diretrizes para o ensino infantil e fundamental 1 e 2, sendo discutida
coletivamente por quase quatro anos em conferências municipais, estaduais e pôr
fim na conferência nacional, onde foi aprovada pelo Conselho Nacional de
Educação (CNE) em dezembro de 2017, dando aos Estados e Munícipios até o ano de
2020 para se adaptarem as novas normas.
Na segunda etapa, foi discutido as
diretrizes para o novo Ensino Médio, que foi aprovada em dezembro de 2018 pelo
Conselho Nacional de Educação (CNE) e que agora está em fase de revisão pelo
Ministério da Educação (MEC).
Ela trás 10 competências que são
usadas pelo professor na formação o aluno no decorrer de sua aprendizagem, são
elas:
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos
historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital
para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à
abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise
crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e
testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive
tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações
artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas
diversificadas da produção artístico-cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou
visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –,
bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para
se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em
diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias
digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva
e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se
comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver
problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências
culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem
entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas
ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia,
consciência crítica e responsabilidade.
7. Argumentar com base em fatos, dados e
informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de
vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a
consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e
global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros
e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde
física e emocional, compreendendo- se na diversidade humana e reconhecendo suas
emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de
conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro
e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de
indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades,
sem preconceitos de qualquer natureza.
10. Agir
pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade,
resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos,
democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
A atual BNCC foi pensada e
discutida para que a educação brasileira seja igualitária em todo território
nacional, para que todos os alunos de qualquer região, estado e município, de
escolas públicas ou privadas, tenham a mesma qualidade de ensino.
Diferença entre PCN x BNCC
A BNCC foi elaborada seguindo
alguns preceitos dos Parâmetros Curriculares e das Diretrizes Curriculares
(DCN), mas, no entanto, a BNCC é bem mais específica, ela determina com mais
clareza quais serão os objetivos de aprendizagem de cada ano escolar. Outro
fator que distingue esses documentos é que a BNCC é um documento obrigatório e
deve ser cumprido por todas as escolas públicas e privadas do país, enquanto os
PNCs e as DCNs passam a ser documentos orientadores e não obrigatórios.
A BNCC objetiva ano após ano, desde
o ensino infantil ao terceiro ano do ensino médio ter o controle daquilo que se
espera que o aluno aprenda.
Já os PNCs tinham objetivos mais gerais,
não possuía o acompanhamento anual de todos os alunos.
BNCC no Ceará
O Governo do Ceará, tem elaborado
em regime de colaboração com seus municípios, sua diretriz curricular
articulada, adaptada da BNCC, que deve ser cumprida já que é requerido na
legislação federal desde sua aprovação.
Para tal, a Secretária de
Educação do Ceará (SEDUC) juntamente com a União Nacional dos Dirigentes Municipais
de Educação (UNDIME) realizam oficinas com equipes de currículo, reunindo
professores, gestores e coordenadores das esferas municipais e estadual, com o
intuito de promover a socialização das pesquisas e materiais elaborados até o
momento sobre a BNCC.
No município de Quixeramobim, a
BNCC já pode ser observada pela população na implementação do horário integral
em escolas que antes eram divididas por turnos, na sua zona urbana e rural.
O Ceará é o sexto estado com a
melhor educação do Brasil e o primeiro da região nordeste segundo o Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Graças a programas como o Programa
de Alfabetização na Idade Certa (PAIC) e a implementação de escolas
profissionalizantes de tempo integral, que já eram uma realidade antes mesmo da
aprovação da BNCC, e que com a implementação dessas novas diretrizes, o ensino
básico pode dar um salto positivo para intensificar ainda mais a qualidade da
educação no estado do Ceará.
Referencias:
1. CONSED. Implementação da BNCC nos estados:
BNCC para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental. Disponível em: <http://www.consed.org.br/consed/implementacao-da-bncc-nos-estados>.
Acesso em: 12 dez. 2018.
2. GUIMARÃES, Camila; SEMES, Laís. 32 respostas
sobre a Base Nacional Comum Curricular. 2017. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/4784/32-respostas-sobre-a-base-nacional-comum-curricular>.
Acesso em: 13 dez. 2018.
3.
MEC, Ministério da Educação. A Base Nacional
Comum Curricular. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#introducao>.
Acesso em: 12 dez. 2018.
4. OLIVEIRA, Andréia. PCN: Parâmetros
Curriculares Nacionais: documento completo, atualizado e interativo. Disponível
em: <https://www.cpt.com.br/pcn/pcn-parametros-curriculares-nacionais-documento-completo-atualizado-e-interativo>.
Acesso em: 11 dez. 2018.
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