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BioArtigos - Geologia do Estado do Ceará


O Estado do Ceará ocupa 146 mil quilômetros quadrados, com população atual de 9 milhões de habitantes segundo dados do IBGE. É o estado que concentra 55% da caatinga do Brasil e foi o primeiro estado a abolir a escravidão 4 anos antes da Lei Áurea.
Com o seu clima tropical na região litorânea e semiárido no interior, o Ceará é um estado de inúmeras belezas e riquezas, sua geologia não seria diferente. Apresentando uma formação geomorfológica relativamente simples, na porção norte do estado encontram-se as planícies; No centro é característico a depressão sertaneja, que domina boa parte desse território; E em partes do seu entorno, as porções planálticas surgem e diferenciam os terrenos da paisagem cearense. 

Logo na região central do estado, no chamado Sertão Central, no município de Quixadá, somos contemplados com diversos monumentos rochosos naturais, os chamados Inselbergs que são relevos residuais, o que nada mais são que o acumulo de resíduos em determinada superfície que gera/forma uma elevação que pode apresentar variadas formas. O solo dessa região é formado a partir do intemperismo das rochas, e suas propriedades químicas, físicas e mineralógicas que são herdadas do material que lhe deram origem. 

O Ceará tem 73% de seu território formado por rochas cristalinas pré-cambrianas, 12% formado por rochas sedimentares e 15% de depósitos sedimentares cenozoicos. 

A formação de rochas se dá por meio da agregação natural de minerais em forma sólida, sendo classificadas como: Magmáticas, que são a solidificação do magma, tanto de erupções vulcânicas, quanto pelo extravasamento por fendas na crosta terrestre, e até mesmo no interior da Terra, no oceano. As Sedimentares se originam dos detritos de outras rochas, pelo acumulo de material químico ou orgânico, que se solidificam por meio da cimentação natural. E temos as rochas Metamórficas, que se originam da transformação sofrida por outras rochas quando as mesmas são submetidas a diferentes tipo de temperatura e pressão, assim os seus minerais originais se modificam e passam a formar outros. 

Figura 1 Paisagem de Quixadá. (http://farm3.staticflickr.com/2830/12792947123_6023c64ac2.jpg)


A modificação de rochas com o passar do tempo se denomina Ciclo das Rochas, que se refere as transformações sofridas pelas rochas ao longo dos anos. 

Deriva Continental

Formulada por Alfred Wegener, depois da descoberta de um artigo científico que registrava fósseis de animais e plantas idênticos aos encontrados em lados opostos do Atlântico. a teoria da Deriva Continental é de tida de suma importância para as geociências, já que defende que a disposição atual dos continentes nunca foi a mesma desde toda a história do planeta Terra. Wegener diz que as massas continentais estão em constante movimentação, podendo se aproximarem ou se afastarem. Infelizmente Wegener morre antes que possa provar de fato sua teoria. 

Figura 2 Mapa de encaixe dos continentes. (http://www.geografiaopinativa.com.br/wp-content/uploads/2016/08/Deriva3.jpg)


Mas a partir da década de 50 com o inicio da segunda guerra mundial, a exploração dos oceanos se tornou comum para as nações para o aperfeiçoamento de seus submarinos, foi assim descoberto que as rochas que constituíam o assoalho do oceano eram na verdade muito mais jovens do que as encontradas nos continentes, que possuem mais de bilhões de anos.
O magma do interior da Terra está em um constante movimento por conta das correntes de magma ascendentes e descendentes que impunham força sobre a litosfera, somando isso à força das rochas jovens sobre a litosfera na região das cadeias meso-oceânicas, resultam na movimentação das placas. 

Por conta dessa movimentação abaixo do solo, a energia que estava acumulada no local é liberada sob forma de ondas elásticas. Elas se espalham em todas as direções, ocasionando assim pequenos tremores de terra ou terremotos de alta magnitude. 

No Brasil dificilmente temos terremotos, justamente por conta da localização do país, que se encontra bem no meio da placa do Atlântico. No Ceará, a região norte tem mais propensão a sofrer com abalos sísmicos, isso ocorre por que mesmo o país estando no centro da placa Sul-americana, existem pequenas falhas geológicas que se movimentam em busca de acomodação natural. 

Até o momento o ultimo abalo sísmico registrado pela LabSis, laboratório da UFNR responsável pelo registro de eventos sísmicos no Ceará e todo o Nordeste do país, foi no município de Russas, no dia 05/06 deste mesmo ano. O tremor aconteceu por volta de 00:22, horário local, e teve sua magnitude estimada em 1.1 mR, não sendo sentida pela população. O município, não possui histórico de atividade sísmica ativa, porém, segundo a LabSis não há como prever o desenvolvimento dessa atividade registrada. 


Figura 3 Epicentro do evento está marcado pela bola vermelha. (http://arquivos.info.ufrn.br/arquivos/20181182342e425114129f074a936da3f/post_hj.png)


Bibliografia:

DE JESUS, Fernando Soares. Teoria da Deriva dos Continentes. 02. 2016. Disponível em:
<http://www.geografiaopinativa.com.br/2016/08/teoria-da-deriva-dos-continentes.html>. Acesso em: 05 jun. 2018.
JATOBÁ, L. A Geomorfologia do semi-árido. Recife. UFPE, 1994. KESSEL, R. H. Inselberg landform elements: Definitions and synthesis. Rev. Geomorph. Dyn., v. 22 p. 87-108, 1973. BASTOS, F. H.; CORDEIRO, A. M. N. Propriedades geomorfológicas das rochas e suas repercussões no relevo do Estado do Ceará - Brasil. [S.l.: s.n.], [?].?p. Disponível em:
<http://www.sinageo.org.br/2016/trabalhos/1/1-210-1667.html>. Acesso em: 05 jun. 2018.
LABSIS, Noticias: Tremor em Russas - CE. 2018. Disponível em:
<http://labsis.ufrn.br/noticias/26513003/tremor-em-russas-ce>. Acesso em: 07 jun. 2018.
SILVERA, .Evanildo da. Brasil tem, sim, terremotos - e há registro até de tremor com 'pequenos tsunamis'. 2018. Disponível em:
<https://www.bbc.com/portuguese/geral-43671313>. Acesso em: 07 jun. 2018.
CIPRIANO-SILVA, Rafael. Gênese e classificação de Solos em ambientes de planícies da região Nordeste do Brasil. 2011. Dissertação (Mestrado em Agronomia-Ciência do Solo). Departamento de Solos, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE, 2011. Disponível em:

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